segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Barroco

A Conceição Imaculada de Maria Santíssima
Como na cova tenebrosa, e escura,
A quem abriu o Original pecado,
Se o próprio Deus a mão vos tinha dado;
Podeis vós cair, ó virgem pura?
Nem Deus, que o bem das almas só procura,
De todo vendo o mundo arruinado,
Permitiria a desgraça haver entrado,
Donde havia sair nossa ventura.
Nasce a rosa de espinhos coroada
Mas se é pelos espinhos assistida,
Não é pelos espinhos magoada.
Bela Rosa, ó virgem esclarecida!
Se entre a culpa se vê, fostes criada,
Pela culpa não fostes ofendida.

                         Poesia de Gregório de Matos


Teocentrismo X Antropocentrismo (Deus centro de qualquer visão do mundo x Homem como centro do universo)  

Céu e Inferno


EM BUSCA DO MEU SONHO DE CONSUMO
PROCUREI DAR UMA SOLUÇÃO RÁPIDA E FÁCIL
PROS MEUS PROBLEMAS O CRIME
MAS É UM DINHEIRO AMALDIÇOADO
QUANTO MAIS EU GANHAVA MAIS EU GASTAVA
LOGO FUI COBRADO PELA LEI DA NATUREZA
VIXI..... QUATORZE ANOS DE RECLUSÃO
O BARATO É LOKO"
                                           Racionas Mc’s: A vida é um desafio



CONHEÇO O PARAÍSO E EU CONHECI O INFERNO
VI JESUS DA CALÇA BEGE E O DIABO VESTIDO DE TERNO
MUNDO MODERNO, AS PESSOAS NÃO SE FALAM
AO CONTRÁRIO, SE CALAM SE PISAM SE TRAEM SE MATAM  
 EMBARALHO AS CARTAS DA INVEJA E DA TRAIÇÃO.                     
    
Racionais Mc’s: A vida é um desafio


 Perdão e Pecado








VIDEO BARROCO






O video tem por caracteristica do Barroco.

- Prazeres mundanos
- Base do Pecado
- Arrependimento

Arcadismo

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO

a) OPOSIÇÃO AO BARROCO – Proposta de linguagem simples, de frases na ordem direta e de palavreado de uso popular, ou seja, o contrário das pregações do seiscentismo.

b) VERSOS BRANCOS – Ao contrário do Barroco, o poeta árcade pode usar o verso branco (sem rima), numa atitude que simboliza liberdade na criação. No Brasil, Basílio da Gama foi o mais ousado: compôs o livro O Uraguai (poema épico) sem fazer uso da rima.

c) A POESIA COMO IMITAÇÃO DA NATUREZA – Os árcades copiavam os modelos clássicos antigos ou renascentistas, numa flagrante falta de originalidade. O poeta buscava, na natureza, os modelos de beleza, bondade e perfeição. Falta, pois, ao árcade a capacidade de inventar, comum nos poetas do Barroco, do Romantismo, do Simbolismo e do Modernismo.



 d) COMPROMISSO COM A BELEZA, O BEM, A PERFEIÇÃO – Compromisso com a poesia descritiva e objetiva. Nesse aspecto, a poesia árcade faz lembrar a época parnasiana. Há mais preocupação com situações do que com emoções.

e) PASTORALISMO – O poeta do Arcadismo imagina-se, na hora de produzir poemas, um “pastor de ovelhas”. É de supor que um pastor não disponha de linguagem sofisticada. Daí a idéia de simplicidade no escrever. O próprio tema da poesia converge para assuntos bucólicos, amorosos, com riachos, campinas, fontes, rebanho, ovelhas, cajado. A própria condição de amar e ser feliz é condicionada à convivência campestre.


f) USO DE PSEUDÔNIMOS – O poeta árcade adota nome falso porque se considera um “pastor de ovelhas”. É como se o escritor tivesse duas identidades: uma real, outra especial, usada apenas para compor poesias. Tomás Antônio Gonzaga, o nosso maior poeta árcade, era advogado e político na vida real. Na momento de compor poemas, transformava-se em Dirceu, um simples (às vezes nem tanto) pastor de ovelhas.

g) PRESENÇA DE MUSAS – Diz-se que a condição precípua para ser poeta, no Arcadismo, era estar apaixonado. Exageros à parte, a maioria dos poetas árcades brasileiros notabilizaram-se fazendo poesias líricas para suas amadas. Alguns comedidos (caso de Gonzaga que se inspirava em uma só mulher: Marília), outros mais ousados (caso de Cláudio Manuel da Costa que fazia poemas para Nise e Eulina), a verdade é que poucos se aventuraram à lavra pura e simples da poesia dissociada da figura feminina.

ARCADISMO NO BRASIL

QUADRO GERAL

a) Início: 1768 (meados do século XVIII).

b) Fim: 1836 (princípio do século XIX).

c) Livro inaugurador: Obras Poéticas (poesias líricas).

d) Primeiro autor: Cláudio Manuel da Costa.

e) Local onde o movimento nasceu: Vila Rica, atual Ouro Preto, Minas Gerais.

f) Capital do Brasil: Rio de Janeiro.

g) Movimento histórico importante: Inconfidência Mineira.


Motivos clássicos da poesia árcade.

Nos temas que a poesia árcade tematiza, são convencionais, existindo assim uma falta de originalidade do estilo em questão da recorrência aos motivos da poesia greco-romana e renascentista. Existe também a repetição dos mesmos temas. Vejamos alguns poemas que nos comprovem isso:

Carpe Diem.

Que havemos de esperar, Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aprovei-te o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!

(Tomás Antônio Gonzaga).

Áurea Mediocritas.

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais a finas lãs, de que me visto,
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

(Tomás Antonio Gonzaga).

Autores

SANTA RITA DURÃO

O URAGUAI

Dados importantes sobre o livro:

1. CLASSIFICAÇÃO - Poema épico, escrito em decassílabos brancos, sem divisão em estrofes. Foge, assim, à imitação de Os Lusíadas, de Camões.

2. OBJETIVO DA OBRA - Satirizar os jesuítas e agradar o Marquês de Pombal, protetor do poeta.

3. PERSONAGENS PRINCIPAIS:
Lindóia - índia; heroína que morre picada por uma cobra. Cacambo - índio guerreiro; esposo de Lindóia. Pe. Balda - jesuíta; vilão da história. Caitutu - índio guerreiro; irmão de Lindóia. Tanajura - índia feiticeira. Gomes Freire de Andrade - chefe das tropas portuguesas.

SANTA RITA DURÃO

Nasceu em Cata Preta, Minas, em 1722.

Faleceu em Lisboa, em 1784.

Com pouca idade, foi mandado para Portugal, onde realizou estudos de Filosofia e Teologia, tomando hábito aos dezesseis anos.

Envolvido na polêmica contra os jesuítas, refugiou-se na Espanha e, mais tarde, na França e na Itália.

De suas produções poéticas, ficou o poema épico Caramuru (Lisboa, 1871), feito à imitação direta de Os Lusíadas, de Camões.

CARAMURU

Dados importantes sobre o livro:

1. CLASSIFICAÇÃO - Poema épico, escrito em decassílabos rimados, com divisão em cantos e estrofes. Imita, assim, o esquema tradicional imposto por Camões em Os Lusíadas.

2. TEMA CENTRAL - O poema narra, em dez cantos, o naufrágio de Diogo Álvares Correia (na costa da Bahia) e suas aventuras amorosas com as índias, sobretudo com Paraguaçu e Moema. O material é vasto: fatos da História, o temperamento e as lendas dos indígenas. O poema segue o esquema clássico camoniano, usando a oitava rima, obedecendo à divisão tradicional em proposição, invocação, dedicatória, narrativa e epílogo.

3. PERSONAGENS PRINCIPAIS: 
Diogo Álvares Correia - herói; náufrago português. Paraguaçu - índia, filha do cacique. Moema - amante de Diogo; morre afogada. Taparica - cacique; pai da índia Paraguaçu.

SILVA ALVARENGA



Manuel Inácio da Silva Alvarenga nasceu em Vila Rica, Minas Gerais, em 1749.

Morreu no Rio de Janeiro, em 1 de novembro de 1814.

Fez os estudos secundários no Rio de Janeiro e cursou Direito na Universidade de Coimbra. Ao longo do curso, escreveu e publicou, sob o patrocínio do Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo - 1699-1782), O Desertor das Letras, poema herói-cômico de enaltecimento às reformas universitárias pombalinas.

TOMÁS A. GONZAGA

Nasceu em Porto (Portugal), em 11 de agosto de 1744. Morreu em Moçambique (África), em 1810 (66 anos).


Com oito anos, é trazido para o Brasil e matriculado no Colégio da Bahia.


De volta a Portugal, forma-se em Direito (Coimbra, 1768).


Em1782, é nomeado Ouvidor e Procurador em Vila Rica. É nessa época que compõe a maior parte dos poemas que formam sua obra.


Enquanto se envolvia com a Inconfidência Mineira, apaixona-se por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, que imortalizaria nos poemas com o pseudônimo de Marília.


Implicado na Incofidência Mineira (1789), é preso e mandado para a Ilha das Cobras. Em 1792, condenado ao exílio, segue para Moçambique (África), onde refaz sua vida, casando-se com Júlia Mascarenhas, viúva rica e analfabeta.


Principal poeta do século XVIII (Arcadismo) no Brasil.


Único poeta satírico do século XVIII (Arcadismo).


Adotou o nome árcade de Dirceu.


OBRAS DE TOMÁS A. GONZAGA

1. Marília de Dirceu (poesias lírico-amorosas).
2. Cartas Chilenas (poesias satíricas).
As Cartas Chilenas são poesias satíricas contra as arbitrariedades de Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais. As Cartas, em número de treze, circularam em Vila Rica entre 1788 e 1789. Constituem um poema satírico incompleto, em versos decassílabos e brancos. Nelas, as personagens eram assim disfarçadas:

a) Tomás Antônio Gonzaga – Critilo.


b) Luís da Cunha Meneses – Fanfarrão Minésio.


c) Recebedor das Cartas – Doroteu.


d) Minas Gerais – Chile.


e) Vila Rica – Santiago do Chile.


ANTOLOGIA COMENTADA

AS LIRAS DE GONZAGA – Marília de Dirceu é um longo poema de amor, dividido em pequenas unidades chamadas Liras. O motivo principal da obra é paixão do pastor Dirceu, com mais de quarenta anos, pela pastora Marília, com apenas quinze. Talvez por isso, haja obsessão pelo fator tempo. Nos versos a seguir, o poeta tenta mostrar à namorada que não é um pastor qualquer:

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato; de expressões grosseiro,
dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite
e mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília Bela,

graças à minha estrela!

Eu vi o meu semblante numa fonte:

dos anos inda não está cortado;
os pastores que habitam este monte
respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
que inveja até me tem o próprio Alceste:
ao som dela concerto a voz celeste,
nem canto letra que não seja minha.

Graças, Marília Bela,

graças à minha estrela!

SEGUNDA PARTE DAS LIRAS
– Veja agora um exemplo de poesia composta na prisão. É a segunda parte das Liras de Gonzaga:

Já não cinjo de louro a minha testa;

Nem sonoras canções o Deus me inspira:

Ah! que nem me resta

Uma já quebrada,
Mal sonora Lira!

Mas neste mesmo estado em que me vejo,

Pede, Marília, Amor que vá cantar-te:

Cumpro o seu desejo:

E ao que resta supra
A paixão, e a arte.

A fumaça, Marília, de candeia,

Que a molhada parede ou suja, ou pinta,

Bem que tosca, e feia,

Agora me pode
Ministrar a tinta.

 

Romantismo 1º fase

 
Na primeira fase do romantismo os indios tinham uma vida simples mais com o avanço da tecnologia na era moderna os indios vem tendo novos conhecimentos por exemplo hoje em dia muitos indios já tem orkut e-mail e etc, para se comunicar com outras pessoas da sociedade.


A poesia romântica no Brasil, A Primeira Geração: Introdução - A fase de formação.

Existem dois grupos de autores que são identificados no primeiro tempo do Romantismo brasileiro, onde esses dois grupos de autores formam três fases de formação do movimento.

Vejamos esses grupos: 
Grupo fluminense, onde sua sede fica na capital do Império, e é protegido pelo Imperador. Sua importância histórica e teórica é maior do que a artística. Dentro deste grupo está: Gonçalves de Magalhães, Joaquim Norberto de Souza e Silva e Manuel de Araújo Porto Alegre.

O outro grupo é o Grupo Maranhense que é formado por Sotero dos Reis, Odorico Mendes e João Francisco Lisboa. Este grupo obteve uma menor projeção.

Autores

Gonçalves de Magalhães: nasceu em Niterói, em 1881 formado em Medicina, viaja para a Europa, onde trava contato com os conceitos românticos. Sua poesia se sustenta no tripé formado por Deus, Pátria e Coração. A religiosidade o remete ao ambiente medieval de uma igreja gótica, cenário ideal para reverencia “a grandeza de Deus, e os prodígios do Cristianismo”; a exaltação da pátria levar de cultivar a poesia indianista de caráter nacionalista.



Principais Obras:  
                                                                                                                                                                     Suspiros Poéticos e Saudades (1836); Urânias (1862); Cânticos Fúnebres (1864); A confederação dos Tamoios Gonçalves Dias: nasceu no Maranhão, em 1823. Vai para Coimbra, onde cursa direito; lá trava contato com os românticos portugueses que cultuavam a idade média. Ele apresentava uma poesia nacionalista, que tanto exalta a natureza pátria como idealizava a figura do índio.



Principais obras
  • "I Juca Pirama", "Canção do Tamoio", “Os Timbiras” - sentimento de honra e valentia do índio
  • "Leito de folhas verdes", "Se se morre de amor", "Como? És tu?", "Ainda uma vez - adeus!", "Seus olhos" - sentimento amoroso
  • "Canção do Exílio" - solidão, exílio, amor à pátria, retomada por muitos modernistas
  • "O mar", "A noite", "A tarde" - poesias impregnadas de religiosidade sobre a majestade da natureza
  • Livros - Primeiros Cantos (1846), Segundos Cantos (1848), Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos Cantos (1851), Os Timbiras, Cantos (1857).
 






VIDEO RELACIONADO AO ROMANTISMO






Poesia Lírica

Ainda uma vez,Adeus.

Enfim te vejo! Enfim possa
Curvado a teus pés,dizer-te

Que não cessei de querer-te

De quanto sofri.
                    
                             Gonçalves Dias.

Romantismo 2º fase

A segunda geração: byroniana – individualista – mal-do-século – ultra-romantismo - introdução .

A segunda geração dos poetas que segue à geração de Gonçalvez Dias é caracterizada pela exasperação do subjetivismo da introversão, pelo exagero do sentimentalismo da imaginação.

O principal representante dessa geração é Álvares de Azevedo, que foi secundado por Fagundes Varela, Junqueira Freire, Laurindo Rebelo e Casimiro de Abreu.

Esse período marcou o humor, o satanismo, os temas roceiros e caboclos.



Autores Da Segunda Fase Romântica

Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo,em 1831,ele foi o responsável pelos contornos definitivos do mal do século em nossa literatura, produzindo uma obra influenciada por Lord Byron e Musset.
Suas poesias falam de amor, de um amor idealizado, irreal, povoado de donzelas ingênuas, virgens sonhadas, mulheres (ou melhor, vultos) misteriosas. Irrealizável, o amor; inatingíveis, as mulheres.
Além das poesias, Álvares de Azevedo nos deixou um livro de contos fantásticos (Noite na Taverna)
Esse conto Noite na Taverna, é uma história, em que seis estudantes, bêbados passam a noite em uma bordel, bar e (ou) casa de prostituição, narrando suas aventuras mais estranhas, que envolve sexo, incesto, assassinatos, traições, mistérios e mortes.


 Foi à taverna, o menestrel solitário
Pediu a bebida mais forte que havia
Tornando-se ébrio ao fim do dia
Talvez não se sentisse tão miserável

Sentou, então, numa mesa vazia
Sem bandolim, oratória, companhia ou arte
Tal qual carta pronta a descarte
Ele olhava a todos, e ninguém o via

Exclamou:
"Foi-se meu tempo de mocidade
E com ele se foi minha alegria
Pronto à morte, sorrio em escárneo
Contudo nem ela visitar-me-ia!

Desafio os deuses deste mundo
Se há nele homem mais miserável
Do que eu - menestrel solitário
Do que eu - réplica de defunto

Lembranças de morrer são um dos mais significativos,  textos confessionais de Álvares de Azevedo por aborda diferentes angústias e ansiedades do poeta do mal do século. Estão presentes no texto a fixação pela morte como solução dos problemas, o egocentrismo, a virgem sonhada, a solidão, o ambiente familiar, o clima crepuscular, a visão do cemitério (chegando o poeta a escrever o seu próprio epitáfio: ”foi poeta-sonhou-e amou na vida”

 

Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça a dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem da matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma só nota de alegria
Se cala por meu triste pensamento.

Eu deixo a vida como deixo o tédio
Do deserto o poento caminheiro
- Como as horas de um nobre pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como desterro de minh’alma errante
onde fogo insensato a consumia
só levo uma saudade- é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade- é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!

Do meu pai... de meus poucos amigos,
Poucos- bem poucos - e que não zombavam
Quando em noites de febre endoidecido
Minhas pálidas crenças duvidavam

Se uma lágrima as pálpebras me inunda
Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei... Que nunca
Aos lábios encostei a face linda!

Só tu a mocidade sonhadora
Do pálido poeta destas flores...
Se viveu foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou sonhar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida
À sombra de uma cruz e escrevam nela:
- Foi poeta- sonhou- e amou na vida!

Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando prelúdio ave d`aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri-me os ramos
Deixai a lua prantear-me a lousa!

Obras:   Álvares de Azevedo                                                                                                                                                                                            
          Lira dos vinte anos
          O conde Lopo (poesia)
         Noite na Taverna (conto)
         O livro de fra gondicario (prosa)
         Marcário (teatro)


Junqueira freire, monge beneditino, sacerdote e poeta, nasceram na cidade de Salvador, no estado da Bahia, em 31 de dezembro de 1832.                                                                                 Sua poesia, misturados a preces e blasfêmias: o horror ao celibato; o desejo reprimido que o perturbava e aguçava o sentimento de pecado; o revolto contra a regra, contra o mundo e contra si próprio; o remorso e, como conseqüência natural, a obsessão de morte.
Obras: Junqueira freire
            Inspiração do claustro
           Contradições poéticas (poesia)
 Casimiro de Abreu nasceu em Barra de São João (Rio de Janeiro) em 1839.
Ele cultivava um lirismo de expressão simples e ingênua. Seus temas dominantes foram o amor e a saudade.
Obras: Casimiro de Abreu
            As primaveras (poesia)
            Camões e o Jau (teatro)
Fagundes Varela nasceu no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Rio Claro, em 17 de Agosto de 1841. Foi a transição entre a segunda e a terceira geração romântica.
Obras: Fagundes varela
·                    Vozes da América
·         Pendão Auri-verde (poemas)
·         Cantos e Fantasias
·         Cantos Meridionais
·         Cantos do Ermo e da Cidade
·         Anchieta ou O Evangelho nas Selvas (poesia)
·         Diário de Lázaro


Romantismo 3º fase


A poesia condoreira ou social. 
 
A Guerra do Paraguai, a Campanha Abolicionista, a Crise do Segundo Reinado e os ideias republicanos, galvanizaram a inteligência brasileira, na década de 1860/70, beneficiando assim o aparecimento de uma modalidade da poesia pública ou social.
 A terceira fase romantica Condoreira as imagens representam a liberdade.

FILME NAVIO NEGREIRO





Castro Alves: Nasceu na Bahia, em 1847 e se tornou célebre por sua obra abolicionista. Na realidade, o poeta buscava um grande sonho: a república, soluções de todos os problemas vividos pelo país. O importante para ele era a derrubada do trabalho escravo.

Obras: Castro Alves
            Navio negreiro (poesia)
           Vozes d’África (poesia)
           Saudação a Palmares (poesia)
           Os Escravos
           Espumas flutuantes

NAVIO NEGREIRO

O poema descreve com imagens e expressões terríveis a situação dos Africanos arrancados de suas terras, separados de suas famílias e tratados como animais nos Navios Negreiro que os traziam para ser propriedade de senhores e trabalhar sob as ordens dos feitores .                                                      Africanos, dos mais variados povos e etnias, foram capturados e trazidos à força para a América para trabalharem como escravos. Independentemente de suas origens étnicas, todos enfrentaram algo comum: a travessia do oceano Atlântico em um navio negreiro. 






Era um sonho dantesco... O tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... Estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar... 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs! 
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente 
Faz dou das espirais...
Se o velho arqueja se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... O chicote estala.
E voam mais e mais... 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutecem,
Cantando, geme e ri! 
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..." 
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
          Faz dou das espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
          E ri-se Satanás!...